quarta-feira, 9 de maio de 2018

Concurso de Poesia OstrasVinho&Cia Tema: "Vinho e Poema" 2018

Em Abril de 2018 a OstrasVinho&Cia na pessoa de sua idealizadora
Elaine Mello, promoveu a segunda edição deste concurso:
Participaram do concurso 10 Poetas: 
André Ribeiro - Claudia Florindo Correia - Edvaldo Rosa - Nena Sarti 
- Laura Fonseca - Lage Mazéh - Maria Conceição - Gladis Deble
- Beth Terra - Luis Jarbas de Carvalho Junior.
Parabéns a todos! 

Participaram do Júri 20 convidados:
Valter Macedo - Eliana Raposo - Janete Faria - Vanda Ferreira Bugra 

- Almir Flora - Fernando Lima - Claudia Vidinhas - Marc Ramon - 
Marlene Lima - Francisco Carvalho - Patrícia Pacheco -
Marcelo Marques de Abreu - Vania Salles - Beatriz Magnone -
Psalm Snazalack - Bethinha Rodrigues - Julio Brozeguine Braga -
Fernanda Thiry - Rogério Dardeau - Elaine Mello.

Íntegra dos votos:

Gratidão a todos que atenderam meu convite para fazer parte desta bancada.

O Poema "Sirva-me" de Laura Fonseca ganhou o prêmio.
O prêmio personalizado será entregue pessoalmente no dia 09 de Junho.

Todos os participantes receberão certificados de participação. 
Os Certificados estão prontos, serão entregues pessoalmente, em ocasião oportuna.
Os certificados também poderão ser enviados por e-mail para que possam ser publicados pelos participantes.

O Prêmio e os certificados são patrocinados por OstrasVinho&Cia, na pessoa de sua idealizadora Elaine Mello e parceiros que colaboram artisticamente com meus projetos culturais.

Participante
Laura Fonseca
Poema Vencedor
SIRVA-ME

Quero um vinho
E um carinho...
Um raminho de flor...
Quem sabe até um versinho de amor.
Uma música suave ao fundo,
Meia luz,
Meio mundo,
E esse sonho vagabundo e manso.
Essa poesia rouca
Louca, pedinte...
Chegue com requinte,
Perfumado,
Galanteador...
Sirva-me uma taça
Bem cheia de amor.
Traga-me um anel,
Um véu,
Um olhar de mistério.
Um riso de canto de boca,
Debochado, insinuante...
Quero aquele brinde,
O som do cristal.
Acenda o castiçal...
Jogue pétalas ao chão,
Sobre o colchão, em meus cabelos.
Dê-me um morango já mordido
E em seguida um beijo suculento...
Eu quero uma taça de vinho
E um carinho,
Quem sabe um versinho,
Ao pé do ouvido...
Ao som do vento.



Participante
André Ribeiro
A MADREPÉROLA DO VINHO 

Na Ostra havia uma pérola branca e roliça.
No vinho uma rolha roliça feita de cortiça.
Dentro da casca dura da ostra tinha algo de muito valor!
Dentro do casco duro de vidro, uma fortuna de aroma e sabor!
Na ostra, pela magia que rege a natureza, 
vejam só, quanta beleza a pérola confeccionou!
Na garrafa, o líquido profano que une o divino e o humano 
e faz o pensamento divagar sobre as águas do oceano, 
o quanto as coisas são tão perfeitas 
só podem ter sido feitas por uma inteligência superior.
A pérola enfeita a mulher, a carne da ostra a alimenta!
O vinho à faz pensar que tem um ser criador da terra, 
da água e do mar, que num sopro uivante se faz a música do vento, 
sobre o teto de estrelas ela se põe a imaginar!!
Deus como serás!


Participante
Claudia Florindo Correia
VINHO

Vinho companhia perfeita na solidão
Uma taça suada de tinto a te olhar
E aos poucos te envolve feito o mar
Trazendo inexplicável sensação

A mulher especial é igual ao vinho
Aprendeu a esperar...
Se maturar
E no decorrer dos anos melhor ficar

Apenas um bom vinho para inebriar
Os sentidos de uma mulher exigente
E com o tempo aprendeu admirar-se
Se entregando ao vinho numa noite de luar

Aos caprichos alucinógenos desse instante
Desse momento sagrado será seu par
Somente o vinho conhecerá seus segredos
Em goles sublimes te eleva em um altar

Onde a solidão deixou de existir
Porque o vinho começou a sorver
Tragando sua tristeza...
E a transportando para o olimpo de seu
ser.

Somente o vinho tem esse poder
De conduzir uma mulher ao prazer
De taça em taça bem devagar...
Lendo-a como poesia, lhe faz sonhar!



Participante
Edvaldo Rosa
VINHO E POEMAS
Sob a luz da lua, refletida pelos nossos olhos cristalinos,
Nunca meros espectadores a espera do próximo instante,
Vamos tateando um ao outro, sem pressa, mas com gana...
Taças de vinho, vez e outra tocam nossos lábios,
E aos poucos vão afastando os fantasmas do dia já distante...
É quase ontem!
Nossa fala toca nossos sentidos mais e mais profundamente,
- Palavras de amor, - Poemas de amor, sobre o amor da gente!
E assim, diante da delicadeza em nossos lábios,
O vinho e os poemas
Atiçam ainda mais a urgência de amor em nossos semblantes...
- Se notássemos o mundo a nossa volta,
Seria agora querer por demais da gente!
Somos todo o fogo e somos toda a chama,
Que ardendo e crepitando em nossos corações e em nossas almas,
Ardem e crepitam em todo o nosso corpo agora!
Somos dois na noite escura...
E o depois, que nos espere... - De preferência lá fora!


Participante
Lage,mazéh
PURO PRAZER 

Em doces doses
Sigo degustando emoções
Na busca do equilíbrio
Harmonia perfeita
De especial alquimia

Entre versos e vinhos
Sabores, aromas, amores
Inquestionáveis notas
Essências de prazer
Embriagam os sentidos

De gole em gole
Num suave aroma de vida
Branco, tinto ou rose´
Um vinho...
Um carinho !

P.S.  - Prazer em dividir com você !


Participante


Maria Conceição 

CABERNET 



Me embriaguei até a última gota
o vinho tinto
afoga a dor.
A lamúria tem a cor vermelha
de sangue escorrendo
na terra
dentro do meu peito
fecundo no meu ventre.
Por horas
o efeito desse néctar
me consome
me enfeitiça
me possui
me eterniza.
É preciso fugir do mundo
pra sobreviver.
Uma taça, duas taças
entro em transe
escorre a lágrima
não suporto o aprisionamento dos meus sonhos.
Três taças, quatro taças
a vida começa a ter vida
Absorvo e sorvo a desgraça
de viver nesse mundo injusto.
Rei deposto
tristeza e desgosto.
Me consolo
Amanhã será outro dia
e um Cabernet me espera.


Participante
Gladis Deble
 POEMA E VINHO DA CAMPANHA
Passeia o olhar
Na transparência da taça
E abre trilhas de versos no infinito.
A alma desperta auroras
Ao degustar esse tinto.
Toca candombe em meu peito
Fartos tambores da terra.
A figura na parede,
Quilombola num desenho,
Tecido na luz do artista
Para deleite e afeto
Retém o brilho da vida
A emoção e a voragem.
Este líquido encorpado
Torna a viagem possível. 
O deu aroma me invade
A noite brinca e se expande
No deu buquê delicado.
Nossas mãos juntas num brinde
-e a velha casa é refúgio-
No pentagrama da mesa,
Mandala com sol no centro.
Cor ametista na taça
Provoca meu lado avesso.
A instigar paixões e certa manha
O sabor amadeirado do poema
Com vinho da campanha.


Participante
 
Beth terra
O ENCONTRO
Na varanda ao luar 
Vinho pra celebrar 
O vinho é mensageiro 
Vibrando no amor inteiro 
Nectar dos amantes, 
Testemunha dos instantes 
É liquido precioso 
Saborosa emoção 
Enleio dos apaixonados 
Notas e cores em fusão
Sabor do beijo 
Silenciosa paixão 
É vida 
É sentimento 
É vinho em poema 
É o segredo da dama 
Que se transforma em flor 
É deus, é deusa, no templo do amor.


Participante 
Luis Jarbas de Carvalho Junior
O VINHO DO AMOR 
Liquido santificado... 
Néctar dos deuses... 
Que nos traz notas suaves frutadas de sabor divino... 
O tanino que me faz menino...  
Traz a poesia dos grandes momentos... 
Palavras que voam ao vento... 
A colorir versos brancos... 
Entre tintos e tantas emoções...  
Bebida que transcende o tempo... 
Faz bem ao coração... 
Bálsamo da vida... 
Eleva meu espírito...  
Lava mimh'alma fruto liquido do amor... 
Que traz o aroma da flor...
O perfume suave da paixão... 
A elegante tradição...  
Taças erguidas aos céus... 
Celebra a história atrás da marca... 
O amor a frente da garrafa... 
Eleva a consciência na frente de um sorriso... 
E nos harmoniza com a existência...


Participante
Nena Sarti
UVA, VINHOS E POESIAS
Era a idade da pedra
Em Cáucaso na Geórgia
Que fostes identificado.
Teu perfume já inebriava
O homem que recém andava.
Logo, logo lenda se tornava,
Poema e canção compilados
Por Gilgamesh o poeta.

O povo Cananeu te guardou,
Em ânforas recém-criadas,
Para não perderes o teu sabor.

Homero te eternizou
(já eternizado estavas),
Na Guerra de Tróia,
Na Ilíada,
Nas aventuras de Ulisses,
Na Odisseia de todos os deuses.
Aqui o vinho Maro, doce e forte,
Fez adormecer Polifemo.

Júlio Cesar e seu império,
Expandido até a Bretanha,
Presenteia seus generais,
Com terras de agricultura,
E para espanto das criaturas,
Surgem os vinhedos Borgonheses,
Chamados romanées, 
Origem do Romanée-Conti.
Com galhardia em ti. 
Começo da Idade Média,
Ânforas substituídas,
Pela invenção dos barris,
Para guardar seivas e sabores,
Que viriam dos vinhedos os odores.
Apesar da proibição islâmica,
O árabe Omar Khayyam,
Escreveu com grande ênfase,
A obra Rabaiyat em homenagem
A ti sua bebida preferida.

Eis que surgem meus senhores,
Em Meursault na Borgonha,
Os primeiros vinhedos Chardonnay,
Fundado por Bernardo de Fontaine,
E os monges cistercienses,
Que morriam muito jovens,
Por trabalharem até a exaustão. 
1220! Rei Felipe da França,
Faz o primeiro Concurso
Internacional de vinho.
Mandando seus mensageiros,
Buscarem da bebida a melhor,
Percorrendo o mundo inteiro,
O vencedor: vinho de Chipre!
Provavelmente o Commandaria,
Eternizado no poema 
La Bataille des vins
De Henry d’Andeli
Que o idealizou enfim. 
Surge o Châteauneuf-du-pae,
Que o papa Clemente V, 
Ganhou de outro rei,
Os vinhedos desde então,
Ficaram em Avignon.

Para não alongar a história,
Vamos dar vivas e glórias,
Ao México e ao Peru,
E a todos os nascimentos:
Do Cabernet Sauvignon,
Brunello di Montalcino,
E mais, mais e mais,
Colocar aqui os totais?
Terminar de citá-los jamais. 
O que nos resta então,
É te provar de montão,
Em cada momento,
Em cada festa,
Em cada data de invento,

Um viva ao vinho nos resta!

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